domingo, 25 de setembro de 2016

Mensagem – Carta à Prima ✨ Poesia


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Mensagem Carta à Prima

Dois sentimentos
um que vem sem ser chamado: Saudade;
e outro a que chamamos: Alegria!

Aquela chega, invade;
o calor desta aquece o dia.

Amar, viver é sem receita.
Cada qual é que se sabe.

Na vida também nos cabe
sabê-la não tão perfeita.

E, assim, seguimos bem
a viver o melhor da Vida, vem.

S. RTuppan ✨



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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Atrasilda? 🌟 Conto



Don Quijote de La Mancha, de Miguel de Cervantes





O clima não estava nada bom na ‘Grande Pequena’ ou ‘Terra do Se e do Quase’ ou ‘País do Regresso’, no modo jocoso como era tinhosa e vulgarmente chamada pela Matriz a mais criativa Província e maior fornecedora de matéria-prima do Sistema.

Até há pouco próspera e autoconfiante, com sucessivos e autônomos governos progressistas, acabara de sofrer um golpe e vira-se, uma vez mais, dominada por corruptos, gananciosos, entreguistas, subservientes à Matriz.

Estes seres inescrupulosos, semi-fictícios ~ nos quais inexiste qualquer boa intenção ou resquício sequer de bom sentimento para com o semelhante ou o lugar onde nasceram e do qual, desavergonhada e vorazmente se locupletam; insaciáveis no mesquinho afã de defender seus interesses inconfessáveis ~, num delírio megalomaníaco, nela pretendiam instalar, quase que num átimo, um bizarro tempo paralelo, fundindo a Idade das Trevas com a Idade da Pedra Lascada.

Uma bem orquestrada trama vencera, parecia. Instigado nas mídias, artificial e meticulosamente implantado, cultivara-se em significativa parcela da população o ódio irracional a tudo que fosse, lembrasse ou parecesse o lado oposto, na síntese semiótica da cor: Vermelha!

Naqueles idos de pesar e nada saudosa memória, multidões em manadas aderiram ao primarissímio, superficial, mais-que-grotesco e venal verde-amarelismo, singela e providencialmente reanimado pelas oligarquias, para deleite das rançosas e prestativas viúvas das muitissimamente odiosas ditaduras.

Na ausência de legitimo prócer, essas legiões de ignaros ignotos tinham como ídolos notórios embusteiros, aspirantes a um lugar na casa-grande, famosos decadentes, membros facciosos da magistratura, variadas subcelebridades a que ~ na indubitável falta de lucidez e bom senso, que tão pueril e pateticamente as caracteriza ~, inadvertida e despropositadamente, chamavam de ‘líderes’ (sic).

Essas levas de filhotes de proveta da ignomínia sofrem do terrível mal que o neologismo, tão infeliz e adequadamente, sintetiza e define: midiotia.

“Mas a vida é (sur)real e de viés” ~ parafraseando o compositor popular.

Embora parecesse vitorioso, aquele desonrado e desonroso (des)arranjo intestinal, digo, institucional, em pouco tempo veio a naufragar, como sói acontecer àquilo que não possui legitimidade, por não ter raiz nem sustentação no cerne da vida real, por não se basear na íntima substância de tudo: a Verdade.

Após aquele trágico e ~ graças às lúcidas lutas organizadas e bravamente encampadas pelas camadas mais esclarecidas e inconformadas da sofrida, porém vivaz população ~, relativamente, breve período de obscuridade, Atrasilda retoma o seu rumo, a reconquistar, indômita, a então fragilizada autoestima e a urgentíssima autonomia, a fim de tornar-se igualitária, a construir-se fraternal e solidária, fundada na Beleza e na Justiça: a concretização do Sonho Coletivo a realizar-se em práxis, a consolidar perene, consciente, profundamente a sua tão almejada e legítima autodeterminação.

Inspirada na milenar Sabedoria dos Povos Originários, no seu desde sempre lúdico, saudável viver pleno em Harmonia Consigoentre Si e com a Natureza, um respeitar-se e proteger-se mutuamente, sendo pura, vera e naturalmente uma Grande Família Comum, sem dominador nem dominado, onde as Crianças são cuidadas, as Mulheres, igualmente consideradas e os Anciãos, Guardiães dos Saberes Sagrados, inspiradores admirados, Guias das Novas Gerações.

Para uma novíssima era, que a Vida Nova anuncia, poeticamente a reinventar-se, um antigo nome novo: Utopia!


S. R. Tuppan ⚡

Sete de Setembro de 2016.



O Equilíbrio do Mundo  Arte Yanomami 

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