💫
O Chapéu
De repente, lado a lado andávamos, cedo
da noite, em uma calma rua florida.
Imediatamente, sem qualquer temor,
tudo era normal.
Chico, tranquilo, disse não conseguir encontrar o endereço daquele cartão de visita.
Perguntei se era de uma mulher.
Respondeu que sim, mostrando-me o cartão e um pequeno pin com a mesma delicada espiral em verde.
No fim da mini alameda, em frente ao grande portão de ferro vazado abrindo-se para o pátio de uma aprazível vilazinha com lindas
casas antigas em cores claras, ajardinadas e bem cuidadas, declinou o nome dela: Ângela.
Subitamente, a alguns passos, surge, em
meio aos poucos transeuntes, uma belíssima jovem de longos cabelos
castanhos ondulados, suavemente a sorrir com os vívidos olhos cor de mel.
Ao nos cruzarmos, entre incrédula e
surpresa com o improvável encontro, virou-se para confirmar.
Acompanhei-a com o olhar. Nesse
átimo, o amigo poeta sumira. Apenas seu chapéu no chão ficara.
Ela o pegou, delicadamente colocou-o
na minha cabeça e, com um leve sorriso, deu-me o braço.
Despertei, então, sem sobressaltos.
✨
No sonho, além da visão da Beleza, encontrara
o saudoso amigo, quando se completam dez anos do seu encantamento.
E a onírica viagem, na vigília fez-se
literária, dall'aldilà voejante sobre os
meus papéis.
S. R. Tuppan ⚡
Recife, 24 de Janeiro de
2017.
Ao Amigo Poeta, Contista, Editor e Professor
Francisco
Espinhara,
falecido em 13 de fevereiro de 2007.
P. S.: As palavras que encerram a frase final deste "O Chapéu" referenciam-se nas derradeiras do miniconto de F. E. "Eczema no Lírico" (dedicado a Manuel Bandeira), do seu livo 'Sangue Ruim' (2005).
P. S.: As palavras que encerram a frase final deste "O Chapéu" referenciam-se nas derradeiras do miniconto de F. E. "Eczema no Lírico" (dedicado a Manuel Bandeira), do seu livo 'Sangue Ruim' (2005).
~ * ~
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem-vind@! Digite aqui seu comentário.
Saudações Poéticas!