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A Solidão e a Arte do Artista
(A Rodolfo Mesquita, in memoriam)
Quanto vale uma Obra?
E uma Vida?
Como se reconhece um Artista?
O que dele fica? A sua Arte?
Não me lembro exatamente de como conheci
o
Desenhista/Pintor Rodolfo Mesquita.
Possivelmente, através do saudoso
Poeta/Escritor
Francisco Espinhara, amigo em comum,
numa daquelas confluências de Boemia
e Artes,
que frequentemente se davam
nas vivíssimas noites da Boa Vista,
nas vivíssimas noites da Boa Vista,
Centro do Recife, na década de 1990.
Chico e ele se conheciam há tempos e,
mais adiante, o Professor de Literatura
lançaria o livro de contos curtos ‘Sangue
Ruim’,
com ilustrações de Rodolfo, cuja fama
de cultivar o sarcástico não impediu
de cultivar o sarcástico não impediu
que nos déssemos bem ~ talvez por isso mesmo: inteligentíssimo,
detestava burrice.
Não sem alguma provocação inicial,
que um apaziguador Espinhara (quem diria!)
logo tratou de dissipar.
logo tratou de dissipar.
Devemos ter bebido, eu, ele, Chico,
o também já encantado Poeta/Escritor/Compositor
Erickson Luna e mais alguém.
o também já encantado Poeta/Escritor/Compositor
Erickson Luna e mais alguém.
Eu já conhecia o seu irmão, Poeta
Celso Mesquita, cavalheiro de fala
e gestos calmos e texto profundo.
Celso Mesquita, cavalheiro de fala
e gestos calmos e texto profundo.
Por essa época, eles andavam distantes.
*
Nas esparsas vezes em que nos encontramos,
algo como uma sutil cumplicidade;
cada um com suas idiossincrasias
e o mútuo respeito
por elas.
A obra em si, pude fruir de perto
na Exposição ‘Desenhos Urgentes’, em 2003
na Exposição ‘Desenhos Urgentes’, em 2003
~ após um hiato de dez anos sem
expor,
o arredio Rodolfo Mesquita voltava à cena,
com o recorrente e merecido sucesso,
numa admirável mostra da recente produção
com o recorrente e merecido sucesso,
numa admirável mostra da recente produção
de suas personalíssimas pinturas.
Curioso que ele, precavido em ocasião
crucial,
proibira (conhecendo-os bem)
uns amigos nossos de irem à sua vernissage,
uns amigos nossos de irem à sua vernissage,
a fim de evitar qualquer embaraço.
[Risos!] Coisas de Artistas.
[Risos!] Coisas de Artistas.
Ali, estava sério,
compenetrado, profissional.
* *
Certa feita, num fim de tarde sossegado,
eu flanava pelo
Bairro do Recife,
desfrutando a placidez do ocaso
naquele sítio de histórias e belezas seculares,
naquele sítio de histórias e belezas seculares,
onde, altiva e poética, nasceu como cidade
a revoltosa capital de Pernambuco.
a revoltosa capital de Pernambuco.
De repente, numa esquina arborizada
da famosíssima Avenida Rio Branco,
da famosíssima Avenida Rio Branco,
surge Rodolfo, com seu notório ar inquieto.
Daí, vamos tomar umas, como
(quase sempre) costuma acontecer
Daí, vamos tomar umas, como
(quase sempre) costuma acontecer
nesses propícios encontros inesperados.
Conversamos sobre a Vida, a Arte,
a ‘Veneza
Venérea’ e não sei mais o quê.
Cedo da noite em flor
~ meio ébrios, semissóbrios ~,
~ meio ébrios, semissóbrios ~,
seguimos cada qual o seu rumo.
Veríamo-nos outras vezes ainda.
* * *
Deixo, por
ora, este registro,
singela sincera homenagem ao
singela sincera homenagem ao
Grande Artista
Rodolfo Mesquita,
que, tendo pintado as entranhas do 7,
de mãos dadas à inexorável,
acaba de romper o elo e partir
para o encontro definitivo com o Cosmos.
de mãos dadas à inexorável,
acaba de romper o elo e partir
para o encontro definitivo com o Cosmos.
Salve!
S. R. Tuppan ⚡,
Recife, 26 de fevereiro de 2016.
Pintura de Rodolfo Mesquita,
Exposição ‘Desenhos
Urgentes’,
Galeria Amparo 60, Recife, 2003
no Recife, em 2009
~ * ~
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